domingo, 10 de junho de 2012

10 JUNHO - DIA DA MORTE DE LUIS VAZ DE CAMÕES


Luís Vaz de Camões é considerado o maior poeta português; nunca existiu, nem em Portugal nem em qualquer outra parte do mundo, poeta algum que igualasse nem muito menos superasse a dedicação que Camões deu à sua pátria por meio de uma tão próspera obra épica como são “Os Lusíadas”.
“Os Lusíadas” são a culminação de toda uma cultura e de uma civilização. Camões é considerado um poeta fora do seu tempo, pois a sua modernidade e a sua portuguesidade são visíveis no modo como esta obra, tanto no estilo épico como no estilo lírico, se estrutura.
É através de indícios textuais que se encontram na sua poesia e a que podemos chamar a modernidade de Camões ou estilo Camoniano, que se verificam transgressões, tanto em relação aos modelos clássicos greco-latinos da época como em relação à ordem religiosa e política do poder no tempo de Camões e como também em relação à imagem posteriormente construída do poema como símbolo épico da raça lusíada e dos seus feitos materiais.
Mas são estas transgressões que caracterizam Camões como sendo um novo homem da Renascença.
Nasceu a 1524 ou 1525, segundo documentos publicados por Faria e Sousa, em Lisboa ou em Coimbra (a data e o local do seu nascimento não são certos). Segundo registo da lista de embarque para o Oriente do ano de 1550, declara-se que Luís de Camões se inscrevera e, nesse registo, é-lhe atribuída a idade de 25 anos.
O Padre Manuel Correia que o conheceu pessoalmente, dá-o nascido em 1517. Filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá Macedo, família nobre estabelecida em Portugal na época de D. Fernando, foi educado sob o império do Humanismo, estudou em Coimbra de 1531 a 1541, onde D. Bento de Camões seu tio, era chanceler.
Era esse mesmo seu tio sacerdote e sábio que o auxiliava nos estudos, mas ainda antes de Luís de Camões acabar o seu curso, partiu para Lisboa, talvez para conhecer melhor a principal cidade do seu país visto gostar imenso da História de Portugal.
Reinava D. João II e, como Camões era fidalgo, podia frequentar as festas e saraus da corte no palácio real; e foi lá que conheceu aquela que ele queria que viesse a ser a sua esposa, D. Catarina de Ataíde.
Devido à rigorosa tradição da corte, Camões teve que se afastar desta linda menina a quem ele tratava por um nome inventado de Natércia nos seus muitos poemas consagrados, e foi exilado por ordem do rei para o Ribatejo (Constância), onde permaneceu durante dois anos até que se alistou como soldado e partiu para Ceuta.
Foi nesta viagem que Camões primeiro avaliou o esforço formidável de um povo audacioso e persistente, que foi capaz de vencer os difíceis obstáculos desta travessia, de forma pioneira.
Apesar de ter sido um grande poeta, foi também um grande patriota e um grande soldado. Defendeu Portugal tanto nas guerras em África como na Ásia. Em 1547, partiu para Ceuta depois de ter estado na corte de 1542 a 1545. Em Ceuta perdeu um olho quando lutava a favor de D. João III.
Três anos mais tarde voltou a Portugal e teve vários duelos, num dos quais feriu Gonçalo Borges, moço de arreios de D. João III, o que lhe custou um ano de prisão no Tronco. Diz-se que foi nesse ano de prisão que Camões compôs o primeiro canto da sua obra “Os Lusíadas”.
Obteve a liberdade como promessa de embarcar para a Índia como simples homem de guerra e embarcou para Goa em 1553, onde conviveu com o vice-rei D. Francisco de Sousa Coutinho e com o Dr. Garcia de Orta e manteve também relações amistosas com Diogo do Couto, o continuador das Décadas.
Foi aí que escreveu o “Auto de Filodeno”, o qual representou para o governador Francisco Barreto. Ainda na Índia compôs uma ode a D. Constantino de Bragança, em que o defendia de acusações supostamente falsas que lhe eram feitas. Da Índia passou a Macau, onde os portugueses tinham fundado uma colónia mesmo em frente ao mar. Aqui conheceu Jau António, companheiro que esteve sempre com ele até à morte e lhe fez companhia enquanto cantava em seis cantos os feitos dos portugueses numa gruta em frente ao mar.
Foi chamado a Goa mas, no caminho para a Índia o barco onde navegava naufragou junto à foz do rio Mekong, e diz-se que ele tenha ido até à costa a nado só com um dos braços, visto no outro levar consigo a sua tão próspera obra.
Foi a descida do Oceano Atlântico, a passagem do Cabo da Boa Esperança e todas aquelas paragens que levaram Camões a glorificar na sua obra os lugares por onde a armada de Vasco da Gama tinha já passado, lugares esses que muito custaram a "descobrir", razão ainda para dignificar o povo lusitano.
Regressou a Lisboa em 1569 e, em 1572, publicou “Os Lusíadas”. Foi-lhe concedida por D. Sebastião uma tença anual de 15 mil reis que só recebeu durante três anos, pois faleceu no dia 10 de Junho de 1580 em Lisboa, na miséria, vivendo de esmolas que se dizia terem sido angariadas pelo seu fiel criado Jau. O seu enterro teve de ser feito a expensas de uma instituição de beneficência, a Companhia dos Cortesãos.
Após a sua morte, foi D. Gonçalo Coutinho que mandou esculpir na sua pedra o seguinte letreiro: “Aqui Jaz Luís de Camões Príncipe dos Poetas de seu Tempo. Viveu Pobre e Miseravelmente e Assim Morreu. - Esta campa lhe mandou pôr D. Gonçalo Coutinho, na qual se não enterrará pessoa alguma.
A comemoração do dia da sua morte, é actualmente relembrado como o “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, sendo feriado nacional.



DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


10 de Junho - DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Hoje cerca de 250 milhões de pessoas falam Português no mundo. No Brasil estão 80% desses falantes.
O português é a língua oficial em Portugal, Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Brasil, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. É a quinta língua mais falada do planeta e a terceira mais falada entre as línguas ocidentais, atrás do inglês e do castelhano. Por toda essa importância, seu ensino é obrigatório nos países que compõem o Mercosul.
Língua Portuguesa
Não oficialmente, o português também é falado por uma pequena parte da população em Macau (território chinês que foi até 1999 administrado pelos portugueses); no estado de Goa, na Índia (que foi possessão portuguesa até 1961) e no Timor Leste, na Oceania (até 1975 administrado pelos portugueses, quando então foi tomado pela Indonésia, atualmente é administrado pela ONU).
O fato de a língua portuguesa estar assim espalhada pelos continentes deve-se à política expansionista de Portugal, nos séculos XV e XVI, que levou para as colônias essa língua tão rica, que se misturou a crenças e hábitos muito diversos, e acabou simplificada em vários dialetos. São chamados de crioulos os dialetos das colônias européias de além-mar.
língua portuguesa tem origem no latim vulgar, oral, que os romanos introduziram na Lusitânia, região situada ao norte da Península Ibérica, a partir de 218 a.C..
Com a invasão romana da Península Ibérica, em 218 a.C., todos aqueles povos, exceção dos bascos, passaram a conviver com o latim, dando início ao processo de formação do espanhol, português e galego. Esse movimento de homogeneização cultural, lingüística e política é denominado romanização. Até o século IX, a língua falada era o romance, um estágio intermediário entre o latim vulgar e as modernas línguas latinas, como o português, o espanhol e o francês. Essa fase é considerada a pré-história da língua.
Do século IX ao XII, já se encontram registros de alguns termos portugueses em escritos, mas o português era basicamente uma língua falada. Do século XII ao XVI foi a fase arcaica e do século XVI até hoje, a moderna. O fim do período arcaico é marcado pela publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516. O português em Os Lusíadas, de Luís de Camões (1572), tanto na estrutura da frase quanto na morfologia (o aspecto formal das palavras), é muito próximo do atual
Fonte: UFGNet


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/junho/dia-da-lingua-portuguesa.php#ixzz1xP0mnEB5

domingo, 3 de junho de 2012

Caio Fernando Abreu

Abreu, Caio Fernando (1948 - 1996) Comentário crítico A literatura de Caio Fernando Abreu começa a ser produzida em 1966, e não se interrompe até sua morte, trinta anos depois. Delimitar o momento de criação de sua obra é fundamental para compreendê-la, pois é desse tempo que o escritor extrai os temas e a atmosfera necessários para criá-la. As décadas de 1960 e 1970 são marcadas pelos movimentos contraculturais: de um lado, floresce a ideologia "paz e amor"; o movimento negro, a rebeldia estudantil, a revolução sexual, o feminismo e o movimento gay. De outro, predomina o cenário cinzento das ditaduras latino-americanas, o imperialismo norte-americano e a guerra do Vietnã. Nutrindo-se desse momento particularmente rico da história do Brasil e do mundo, a obra de Caio Fernando Abreu elege a contemporaneidade como tema, e nela vai buscar seus personagens sombrios, angustiados, obcecados pela morte e pela busca desesperada de amor e sexo. O fim das utopias libertárias, no entanto, chega, para o escritor, com o advento da AIDS, que será tematizada em cada um de seus livros, a partir de 1983. As marcas e a influência de autores como Clarice Lispector (1925 - 1977), Hilda Hilst (1930 - 2004), García Márquez e Julio Cortazar - dos quais é leitor contumaz - podem ser facilmente detectadas em seus livros, em diferentes momentos. A música, o teatro e o cinema também atuam como fontes de inspiração tão relevantes quanto a própria literatura. Gosta de escrever com fundo musical e tenta incorporar, ao texto, o ritmo da música, procedimento que chama de "coreografia verbal". Sua intenção é a de projetar os sons até mesmo na experiência da leitura e, para obter esse efeito, alguns de seus contos são acompanhados de um curioso "modo de usar": para ser lido ao som de... Chega a admitir que as canções de Rita Lee e de Cazuza exercem maior influência sobre ele do que toda a obra de Graciliano Ramos (1892 - 1953). Da mesma forma, não teme incorporar à sua escrita o chulo ou o não-literário. Todas estas inspirações, e mais as frases assimiladas no cotidiano - as "frases-ímãs - são anotadas em pequenos cadernos: eu vou magnetizando coisas no inconsciente, coisas do dia-a-dia, coisas que magicamente as pessoas vão te dizendo". Outro procedimento importante utilizado em sua técnica de escrita é o que denomina "teoria dos metâmeros", retirada da biologia, e que foi desenvolvido por ele a partir de 1970. Metâmeros são anéis de alguns tipos de verme, e por meio deles o animal se multiplica, gerando outro, já que cada parte contém informações genéticas do verme inteiro. Segundo Jeanne Callegari, biógrafa do escritor, em literatura um metâmero pode ser qualquer esboço ou anotação fragmentada que contenha informações sobre personagens, estilo, ou trama. Assim que o desejar, o escritor pode recuperar esses textos e utilizar-se deles, ampliando-os, transformando-os em contos, romances, ou peças teatrais. Limite Branco, um romance de formação escrito aos 18 anos, permanece engavetado por cinco anos, quando então vai ser recuperado e reescrito por Abreu segundo a teoria dos metâmeros. Embora obra de um adolescente, já anuncia os temas sombrios que compõem sua literatura. O livro tem como cenário os anos 1960, mas o autor prefere classificá-lo como um romance intimista e atemporal. Inventário do Irremediável, seu livro de estréia (reescrito posteriormente, pouco antes de sua morte) traz em seus contos uma forte influência da literatura de Clarice Lispector. A preocupação de se desvincular da influência exercida pela escritora nas suas produções é comentada em uma de suas entrevistas: "só lia os livros dela escondido de mim mesmo". Entre os contos que compõem esse livro, O Ovo é o que exemplifica de modo mais visível essa influência. Escrito sob o impacto da ditadura militar no Brasil, O Ovo funciona como metáfora de tudo aquilo que aprisiona. O livro se divide em quatro grandes partes (ou inventários), a saber: a morte, a solidão, o amor e o espanto. Cada uma delas obedece a uma lógica interna, minuciosamente elaborada em cada conto. A busca dessa coerência e de uma unidade temática estão presentes em todos os livros do autor. Pedras de Calcutá, cujo título é retirado de um poema de Mario Quintana (1906 - 1994), marca o amadurecimento de Abreu como escritor e o pleno domínio da palavra escrita. Tornam-se mais visíveis o rigor formal, a busca da palavra exata, o burilamento sem afetação que identificam sua obra. A temática predominante é ainda a descrença e o desamparo. O livro que se segue, Morangos Mofados, lançado em 1982, transforma-se rapidamente no seu maior sucesso de público e de crítica: oito tiragens são impressas uma após a outra. Nele, Caio Fernando Abreu sedimenta sua presença na literatura brasileira como legítimo representante de sua geração. Segundo Heloisa Buarque de Holanda, pode-se ler "no conto título do livro, uma última e inútil tentativa de socorrer John Lennon, um certo adeus às fantasias apocalípticas, sobretudo, a clareza quanto à urgência de um novo projeto (sonho) que inclua um acerto de contas com o real". E esse acerto vem, e é brutal. A AIDS já ronda a vida e a literatura de Caio Abreu. Seu próximo trabalho, Triângulo das Águas, obedece a uma concepção esotérica, astrológica: reúne três novelas, cada uma delas dedicada a um dos signos do elemento água. Uma delas, Pela Noite, é considerada o primeiro texto da literatura brasileira sobre o tema da AIDS. O livro não tem a mesma concisão de Morangos Mofados. Há um excesso de palavras, um jorro de linguagem proposital, segundo o autor, para provocar um efeito de imitação da água. Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, ao contrário, é considerado o melhor trabalho do escritor, e o mais maduro. Como o autor, seus personagens envelhecem: estão agora na faixa etária dos 40 anos. Predomina a temática amorosa, suas angústias e solidões. O tema da AIDS, ainda de forma implícita, também está presente no conto que abre o livro: Linda, uma História Horrível, no qual a doença é insinuada por metáforas, por sintomas: "Deus, pensou, antes de estender a outra mão para tocar no pêlo da cadela quase cega, cheia de manchas rosadas. Iguais à do tapete gasto da escada, iguais às da pele do seu peito, embaixo dos pêlos. Crespos, escuros, macios".  Com Onde Andará Dulce Veiga? Caio Fernando Abreu volta ao romance. A inspiração para o livro e a personagem pode ser encontrada na obra de Marques Rebelo, A Estrela Sobe, sucesso nos anos 1930, e filmada por Bruno Barreto em 1974. Apenas na aparência Dulce Veiga é um romance policialesco. O jornalista que protagoniza a trama e procura por uma cantora desaparecida está, na verdade, em busca de si mesmo, do seu passado, mas também da aceitação do seu presente, assombrado pela AIDS que, desta vez, é anunciada sem reticências. O livro descreve um Brasil urbano, violento e poético. Desde os anos 1980 e 1990, Caio revisa e reescreve seus livros, obsessivamente. Em Ovelhas Negras, volta então aos seus primeiros escritos da adolescência e junta as duas pontas de sua vida e de sua obra. Ali reúne desde o seu primeiro trabalho ficcional, A Maldição dos Saint-Marie, até contos mais recentes, assim como fragmentos de origem e tempos diversos. Trata-se, para ele, de uma espécie de autobiografia ficcional, um livro pré-póstumo, como diz. A obra teatral de Caio Fernando Abreu, variada e expressiva, remete aos mesmos temas tratados em sua literatura, e estabelece, por vezes, interessante diálogo com ela, como na peça A Maldição do Vale Negro, que retoma, mais uma vez, A Maldição dos Saint-Marie. Toda sua dramaturgia está reunida em Teatro Completo. Rosângela Souza

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Grande Poeta Baiano: 100 Anos de Jorge Amado


No ano em que um dos maiores escritores baianos compleria 100 anos de existencia, fica a dica: O livro Gabriela e a Exposição que está sendo realizada em São Paulo no Museu da Lingua Portuguesa, que fica alí colado com a Estação da Luz, no Bom Retiro. Você que vai estar na cidade nesse período vai ter a oportunidade de conhecer toda a trajetória do autor numa exposição que mostra todas as obras dele.
É uma boa maneira de ocupar o tempo....principalmente para nós estudantes de letras.

Ivan Nascimento

Soneto do amigo - Vinicius de Moraes


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Modelo de Fichamento em Tabela


Fichamento da unidade II: como a LDB concebe a aprendizagem
Acadêmico: Bárbara Marães dos Anjos do Nascimento
Curso: Letras – habilitação língua inglesa
Professora: Sônia Celeste
Referencia
Citações

Comentários

Pag. 46
“... cabe ao poder público, através dos governos, às famílias, através dos pais e responsáveis e à sociedade, como um todo, ofertar um ensino de qualidade.”
Esta citação trata do, Inciso IX,art. 4, LDB. Nos mostra de quem é a responsabilidade em oferecer uma boa educação aos jovens estudantes. Não cabe somente aos governantes, mas sim as famílias e todos que compõe a sociedade.
Pag. 47
“o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, como estratégia para objetivar a formação básica do cidadão no Ensino Fundamental.”
Esta citação se refere ao Inciso I, art. 32, LDB. Trata da importância de uma alfabetização otimizada, e didáticas organizadas para os primeiros anos escolares, já que estes formam a base para todo o aprendizado do percurso letivo dos alunos.
Pag. 47
“o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo em vista a aquisição de conhecimento e habilidades e a formação de atitudes e valores para objetivar a formação básica do cidadão no Ensino Fundamental.”
Esta citação trata do Inciso III, art. 32, LDB. Neste trecho da lei, as escolas são responsabilizadas a oferecerem um ensino além do padrão uma aprendizagem critica para que o aluno do Ens. Fund. saiba filtrar as informações de maneira útil durante toda sua vida escolar, levando este aprendizado para a vida.
Comentário Geral:
A LDB vem cumprir um normativo padrão das leis que é regulamentar e definir comportamentos no âmbito educacional. Mas ao mesmo tempo é mais do que isso, porque por meio de suas normas vem impulsionar principalmente educadores e gestores a lidar de maneira aprimorada com o desafio de moldar mentes de crianças e adolescentes para que eles aprendam a pensar e expor suas ideias.
E é com este ponto de vista sobre a LDB, que devemos respeita-la e cumpri-la como educadores e cobrar sua eficácia como responsáveis e membros da sociedade.


Leitura sobre Hipertextos



Ana Elisa Ribeiro (UFMG)

            Este trabalho, é uma revisão um estudo sobre hipertexto, mostra a visão de duas correntes bibliográfica,: pesquisadores europeus e norte-americanos. Entre os primeiros estão Pierre Levy e Roger Chartier; entre os últimos, Jay D. Bolter e George Landow.

            Pierre Lévy, já no início dos anos 1990, plantava sua leitura da cibercultura nas pesquisas brasileiras, seguido de Roger Chartier, vastamente traduzido por aqui. Marshall McLuhan, um dos mais importantes teóricos da Comunicação Social, foi relido sob novas lentes. No Brasil, ainda hoje é difícil encontrar os livros de George Landow e David Bolter, teóricos norte-americanos das novas tecnologias, a não ser importados e em língua inglesa. Pesquisadores portugueses ou italianos, por exemplo, são também menos difundidos.

4 O que é hipertexto
             
Este tem sido um dos nóis mais evidenciados nas discussões sobre o que seja o hipertexto. Para muitos, um texto obrigatoriamente não linear, algo que tem como premissa que há textos lineares, ainda que apenas em seus formatos. Ainda daí deriva mais uma discussão que envolve o hipertexto: além de não-linear, o texto precisa estar dentro do computador, na tela, em ambiente digital. Para outros, nem tanto. Basta ser não-linear. Mesmo estando disposto no papel, tratar-se-ia de um hipertexto. O critério do ambiente de apresentação (o display da tela e o papel) pode ou não ser critério para que se considere o hipertexto, de qualquer forma, está em discussão.


O hipertexto é um modelo de pensamento

            Atribui-se o início da história do hipertexto a dois personagens, vastamente citados nos texto que tratam, de alguma maneira, da história das NTIC: Vannevar Bush e Theodore Nelson. Cada qual, à sua maneira, contribuiu para a criação deste objeto ou modelo que, em algumas décadas, ganhou o espaço de objeto de estudo nos meios acadêmicos e entrou nas casas das pessoas, mesmo que elas não saibam que o “texto” ou o “ambiente” em que os usuários navegam pode ter esse nome.

Nelson, teria sido o norte-americano a criar o hipertexto, a inspiração que o levou a desenvolver este instrumento  partiu da necessidade que ele mesmo sentia de trabalhar, lendo e escrevendo, em uma máquina capaz de apresentar os blocos de texto produzidos de forma não-linear, também de maneira que o autor pudesse mover as partes do texto e editá-las sem tanto trabalho quanto na escrita linear impressa ou manuscrita.
Para ele, se os pensamentos eram estruturados de maneira não sequencial, não haveria motivos para fixá-los de maneira que parecessem lineares. Nelson diz, sobre a inspiração para Xanadu, que “o leitor tem que tomar essa estrutura linear e fazer a recomposição, colocando-a, de novo, na estrutura não sequencial”.


            No Brasil, pesquisadores da Comunicação Social fazem descrições do que se quer reconhecer como hipertexto: 1. os blocos de textos 2. ligados por links 3. em meio digital. Essa fórmula sustentaria uma  “dinâmica particular de funcionamento do hipertexto no que diz respeito à organização das informações (escrita) e ao acesso a elas (leitura)” (Mielniczuk e Palácios, 2002, p. 133). E se assim é, parece ficar estabelecido, tanto para os americanos quanto para Mielniczuk e Palácios, que o hipertexto esteja definido pelo meio digital, o que supõe certa desconsideração sobre o que dizem os historiadores da cultura e mesmo vPierre Lévy (todos europeus, diga-se de passagem).
            De certa forma, cada vertente de pensadores parece pleitear a invenção do aparato hipertextual, seja ele um sumário ou um link, assim como da navegação como movimento do leitor para a leitura. Segundo Mielniczuk e Palácios (2002), Landow (1997) considera que um hipertexto tenha, como características fundantes e fundamentais, a 1. intertextualidade, a 2. descentralização e a 3. intratextualidade.
Em relação a 1, um hipertexto potencializa o que, nos livros, fica limitado ao espaço de papel que o leitor tem em mãos. Em meio digital, é possível acessar e acionar a intertextualidade ao infinito, pela navegação em um grande banco de dados. O item 2 refere-se à possibilidade de movimentação do leitor pela “malha de blocos de textos interconectados”. Não haveria mais centro fixo, mas um fluxo de recentramentos produzidos pelos movimentos do leitor. Já a intratextualidade (3) diz respeito às ligações dentro do mesmo texto. Considerando um site, essa idéia fica mais fácil de visualizar.
 Do ponto de vista da Lingüística, vários pesquisadores têm tentado compor um quadro dos processamentos cognitivos da leitura. Às vezes tratando o hipertexto como novidade, outras vezes mais atentos à história das práticas da leitura no mundo ocidental, trata-se de tentar verificar quanto ou como o hipertexto em ambientes digitais pode ter mudado as maneiras de processar leitura. Entre os mais proeminentes no campo da Lingüística Textual estão Luiz Antônio Marcuschi, Antônio Carlos Xavier, Carla Viana Coscarelli e Ingedore Villaça Koch. Uma safra de novos pesquisadores surge nos anos 1990-2000, a maioria empiricamente ligada ao computador e à Internet, leitores formados pelo “sistema de mídias” em que já se elencava o computador e, portanto, capazes de uma nova percepção.
            Não raro, os estudos lingüísticos se esquecem de que o homem/leitor é histórico e social. Por isso mesmo, aprendiz de gestos, de ferramentas, de procedimentos. Muita vez, o hipertexto é tratado como algo que está em um ambiente homogêneo. Para dar melhor solução a esses equívocos é que os lingüistas têm participado das redes de conversação que incluem pesquisadores de outras áreas. Há certa tendência para a leitura dos norte-americanos, com definições bastante instrumentais do que seja o hipertexto, assim como a discussão centrada no domínio pedagógico e a preocupação com o letramento e a exlusão digitais. Não é incomum encontrar, em meio às idéias dos pesquisadores brasileiros sobre hipertextos e computadores, a tentativa de discutir, muito mais centralmente, os gêneros textuais, inclusive incorrendo em equívocos que tratam meios, suportes e veículos como se fossem gêneros do discurso.
            Carla Viana Coscarelli tem demonstrado, em seus estudos sobre o hipertexto, preocupação com a face pedagógica da leitura de hipertextos. Do ponto de vista de pesquisa em cognição, a autora tem insistido em mostrar que toda leitura é hipertextual, independentemente de a realização do texto ser “linear” ou não.
            Parece sugerir um conceito de hipertexto como arquitetura, mapa, montagem, já que pode ser apenas a exteriorização de um “jeito de pensar”. Para ela, não pode haver novidade no hipertexto que o torne tão diverso do que já se conhece em leitura. Coscarelli sustenta, portanto, não um conceito de hipertexto (objeto), mas um jeito hipertextual de ler, que não é invenção recente, diga-se de passagem.


Dizer que um texto é composto de elementos que são dispostos um após o outro, numa seqüência linear, não significa que o texto seja linear. Uma notícia vem “logo após” uma manchete, mas elas não formam uma seqüência linear. Há uma hierarquia marcada aqui. A diferença do tamanho da fonte usada nesses dois segmentos do texto indica para o leitor que ele precisa diferenciar esses dois elementos. O mesmo acontece com os títulos e os subtítulos, presentes em vários gêneros textuais. (COSCARELLI, 2003)

Se pusermos mais atenção ao trecho citado, é possível entrever a idéia de que um texto não pode ser abstraído do meio. Desde McLuhan que as mensagens se transmitem para além do texto. Se o leitor também “lê” as letras (fontes e corpo de fonte), não se pode dizer que leia o texto como um ente separado dos formatos que lhe são dados pelo manuscrito, pela máquina ou pelo computador. O conceito de hipertexto se define como mais amplo do que o usual (segundo o qual hipertextos são do meio digital), trazendo à tona o tema que realmente se aborda: a leitura, o processamento mental da escrita e do texto, e nem tanto o leitor ou o texto.